quinta-feira, 30 de julho de 2015

Paulo Gonçalves - PIM

Paulo Gonçalves 

(Pim) 



Natural da cidade de Igarapé-Miri, nascido em 29 de junho de 1942, filho do Sr. José Plácido Gonçalves e Luzia Tereza de Oliveira Gonçalves, é mais um dos membros dessa extensa família de músicos de Igarapé-Miri.
Pim começou sua carreira como um dos cantores do Grupo da Pesada, uma Banda de Show Baile que tocava os principais eventos de Belém chegando a gravar no ano de 1975 o vinil Explosão do Carimbó, estilo que se destacava nas apresentações do Grupo. Cantou também na Banda do Pinduca no período de 1977 a 1979. Nesse momento a gravadora Continental que já gravara antes o disco do cantor Pinduca, precisava de outro artista no mercado que pudesse também gravar musicas regionais para fortalecer o mercado. Pim gravou o disco Explosão do Carimbó com o Grupo da Pesada pela continental, mas logo rumou pra a carreira solo.


1º disco gravado por Pim com O Grupo da Pesada

Pim montou sua própria banda em 1979 e gravou mais de 10 vinis, apresentando-se em programas de televisão como Programa do Chacrinha (Rede Globo) Programa Thel Marques (Bandeirantes), Programa Carlos Aguiar (Bandeirantes), Programa Sr. Brasil de Rolandro Boldrin (TVE-Brasil), Programa Urapuã Lima (Tv Cidade –Ce), Programa Terral de Il Nogueira (TV Cidade –Ce); e os grandes shows como o no Estádio Vivaldo Lima em Manaus (Nesse show Pim se apresentou com outros artistas paraenses e cantou um dos grandes sucessos de sua carreira “O Melô do Padilha” que fazia alusão a um dos personagens de Jô Soares, que utilizava como bordão “Padilha, vai pra tua casa”.) com público superior a 20 mil pessoas, além do shows na cidade de Santa Maria na Bolívia, e em Praça Pública na Colômbia.

Alguns discos gravados por PIM:









Alguns trechos de uma matéria escrita pelo Portal Cultura com o cantor Pim:

O Pará ficou pequeno para a fama. Em pouco tempo, Pim teve que se mudar para Fortaleza. O Ceará era o Estado onde o cantor mais realizava shows. “No auge da minha carreira, eu fui para fortaleza. E isso foi o que mais me marcou. Nunca pensei em sair de Belém. Na verdade tudo aconteceu muito rápido. Em pouco tempo eu já fazia sucesso no país inteiro. Conheço todo Brasil, com exceção de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Com o passar dos anos, todo o sucesso construído começou a entrar em decadência. Sem realizar trabalhos na capital cearense, Pim decide voltar para sua terra natal, para cuidar dos pais e refazer a vida. “É muito ruim ficar afastado. Não desejo isso para nenhum artista. Mas quem dirige a nossa vida é Deus. Tudo acontece de acordo com Ele. Eu queria muito voltar para Igarapé-Miri para encontrar meus pais e meus avós vivos, e assim cuidar deles, juntamente com os meus irmãos. Papai morreu com 104 anos e a mamãe com 95 anos”, explicou.
Após quase 20 anos longe dos palcos, o cantor paraense sofre uma nova revira-volta na vida. Sem saber, o sobrinho, que hoje é violonista da banda, o inscreve no Mostra Terruá Pará 2013. Foi uma surpresa para Pim, pois acabou sendo selecionado. “O professor Patrich, me inscreveu no Terruá Pará de 2013. Eu nem sabia, quando eu vi já estava lá o meu nome selecionado. Fiquei surpreso, afinal não estava com o mesmo ritmo de antes. Então corremos para ensaiar”.
Contudo, pouco antes da apresentação no evento, um fato ocorreu. Diante do imprevisto, uma dúvida se iria fazer o show, ou não. “No Terruá aconteceu uma tristeza na nossa família. Infelizmente, a filha do Pinduca acabou falecendo. E eu fiquei abatido com isso. Não queria fazer o show. Quando o Pinduca soube disso, ele me chamou e disse: olha Pim, essa é a nossa profissão. Pode fazer o show. E mesmo abatido, eu fui. Mas o meu pensamento estava todo voltado para o que a família estava passando”.







Pim foi responsável por vários sucessos que ainda hoje aparecem como repertório da música paraense como: O Xote do Papagaio (regravado pela cantora Lucinha Bastos), os 25 Bichos, Melô do Padilha, Chupa - Chupa, Fábrica de Sabão, Dança original, A moda já pegou entre outras.
Registra-se também parcerias com a Prof. Ionete como na música Banho de Cheiro:


Banho de cheiro
(Pim e Ionete)
Cheiro caboclo a minha terra dá
Banho de cheiro pra você se perfumar
Com muito amor chegamos aqui
Trazendo banho de cheiro
Lá de Igarapé-Miri

Banho de Cheiro
É cheiroso e perfumado
Nos cabelos da morena com o cheiro do Pará

Tem Alecrim, Paticholim, tem Pau de Angola.
Manjericão, pataqueira e Curimbó
Orisa, cravo tem majerona, pau de angola
E a gostosa viola tocando melhor

E na composição A Farinhada:

Farinhada
(Pim e Ionete)
Para minha farinhada,
Gente eu mandei convidar
Todo o norte e nordeste
Que agora eu vou chamar

Meus amigos da Bahia
Vem mexer o Tipiti
Meus amigos da Paraíba
Vem mexer o Tipiti
E se entende de farinha
Venham “peneirar aqui”



De 2013 até hoje, Pim vem realizando shows em algumas cidades. Não é uma rotina tão intensa quanto antes, mas já pensa em um novo trabalho, agora com uma banda reformulada, cujas raízes são totalmente mirienses. “Minha cidade é repleta de grandes talentos. Igarapé-Miri é um celeiro de músicos. Todos da minha banda são de lá. A partir do momento em que eu fui para o evangelho, é Deus quem rege a minha vida. E se tudo der certo vamos retomar o trabalho. A gente já está pensando como vamos fazer, dependendo do que aconteça, vamos bolar novas músicas para podermos lançar no mercado”.